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Bella Gonçalves é liberada após ficar detida por mais de dez horas De acorco com a Vereadora, houve abuso de autoridade da Polícia Militar; corporação nega e diz que levará caso à Justiça Eleitoral.

17 de outubro de 2020, 11h52 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A vereadora de Belo Horizonte Bella Gonçalves (PSOL) foi liberada neste sábado (17) pela Polícia Civil após passar a noite na Central de Flagrantes 2, na região Leste de Belo Horizonte. A parlamentar foi detida no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante uma manifestação com moradores da Vila Beija Flores contra uma ação de despejo.

“Então pessoal… São quase 3h, quase 12 horas que a gente está aqui detido no ‘Ceflan’, acabamos de ser ouvidos, estamos todos sendo liberados. A gente conseguiu aqui reverter inclusive os fatos, mostrando que, na verdade, a comunidade tinha sido agredida, e a Polícia Militar praticou abuso de autoridade contra o mandato parlamentar e contra uma comunidade que lutava contra o despejo. Vamos seguir firmes porque a gente não aceita injustiça”, disse a vereadora na gravação.

A parlamentar belo-horizontina foi liberada na madrugada deste sábado (17), após quase 12 horas de depoimentos na Central de flagrantes (Ceflan 2), na Floresta, Região Leste de BH. Por volta de 15h, uma manifestação com cerca de 80 pessoas tomou a frente da Cemig para protestar em favor da manutenção das moradias que estão instaladas em terreno da companhia no Bairro Vila Beija Flores, na divisa com Vespasiano, onde estão há 25 anos.

O movimento, entre as avenidas Gonçalves Dias e Barbacena foi identificado pelas câmeras do 1º Batalhão da Polícia Militar, que informou ser protocolo enviar viaturas imediatamente, sobretudo por não ter nenhum protesto marcado para o local, o que seria uma praxe vinculçada ao direito constitucional de livre manifestação segundo a corporação.

PM

Ao jornal Estado de Minas, a PM informou: “Assim que os militares chegaram ao local, tentaram identificar as lideranças para negocia ruma forma segura de que o protesto ocorresse e as vias continuassem abertas à circulação dos motoristas”, disse o major Cláudio Henrique Ribeiro dos Santos, subcomandante do 1º BPM. de acordo com o militar, a manifestação estava ocorrendo de forma temerária.

“O decreto da pandemia diz que não se pode aglomerar mais de 30 pessoas. Recebemos uma reclamação do Hospital Mater Dei de que o protesto estava atrapalhando o cuidados dos pacientes e o trabalho das equipes de médicos e de enfermeiros. Mas tentamos negociar uma forma de afastamento e de liberação das vias”, afirma o subcomandante.

Já a vereadora informou que o movimento era organizado e pacífico. “Fomos lá para estar junto com os moradores, entender quais eram as reivindicações deles e buscar um canal de diálogo com a Cemig. Eu não estava envolvida neste momento. Estava conversando com a Polícia, tentando mediar a situação, ao lado”, afirma a parlamentar.

Na versão da vereadora, a motorista avançou sobre os manifestantes, que depois teriam sido agredidos e sofrido ataques de gás dos policiais. A Polícia Militar informou que os manifestantes encaixotaram os carros que estavam trafegando e que os atacaram primeiro. “Tentaram quebrar os vidos do veículo e o danificaram, com duas mulheres dentro, mãe e filha. Por isso foi usado gás e três pessoas acabaram detidas”, afirma o major Cláudio.

Nesse momento, segundo a polícia, a vereadora tentou impedir a prisão dos suspeitos se identificando como parlamentar e ameaçando os militares. Já Bella Gonçalves diz que estava com “uma senhora idosa estava passando muito mal. Eu estava tentando convencê-la a passar os documentos para a polícia (que iria qualificar os manifestantes que reagiram à tentativa de atropelamento). Foi quando a polícia alegou que ela não queria passar os documentos. Ela estava muito alterada, chorando muito. E quiseram colocá-la no camburão”, afirma.

A vereadora e os suspeitos foram levados para a delegacia. Por volta de 3h, ela foi liberada. “Revertemos os fatos mostrando que a comunidade foi agredida e que a Polícia Militar cometeu abuso de autoridade contra um mandato parlamentar e contra uma comunidade que lutava contra o despejo. Vamos seguir firmes, pois não aceitamos injustiça”, declarou a vereadora.

A Polícia Civil informou que vai apurar se a manifestação encerrada pela Polícia Militar (PM) e que culminou na detenção da vereadora Bella Gonçalves (PSOL).

Com informações do Estado de Minas.
Foto: Reprodução Facebook.

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